segunda-feira, 31 de outubro de 2011

País das desmaravilhas

Ando ligando pouco para coisas que teoricamente deveriam valer muito. Levando a vida apenas por respirar e talvez isso seja o que mais me sufoca. O paradeiro de algo que nunca parou, ecoando em um vazio que sempre está cheio. E quanto mais se aproxima mais distante parece estar. Um passado não tão longínquo que não está a nada mais que cinco meses de distância, parecendo brotar de um sonho que nunca aconteceu. Caminhos mais fáceis talvez sejam os mais dolorosos e os realmente necessários talvez não sejam possíveis. Todos te dizem apenas calma mas, se isso bastasse os problemas da vida diminuiriam pela metade. Começar a dar valor em coisas que não valem nem um centavo, ou nenhuma lágrima que venha a cair. Sua estabilidade emocional é o verdadeiro premio aqui, e apenas quem se viu distante e de mão amarradas saberá do que estou falando. Só mais dez dias, é apenas isso que peço. E só rezo para que passem o mais depressa possível. Eu gostaria mesmo de melhorar e até minto com frequência para mim mesma dizendo que não é nada. Uma pena não venderem sorrisos em xarope ou quem sabe, carinho em comprimidos. Eu apenas desejaria nunca ter visto esse maldito coelho branco.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Carta de fora

Nem tão longe porém distante, quase 21 de outubro de 2011

Olá pessoas de mesma descendência que eu,

Como vão as coisas por ai? Espero que estejam bem. Ando recebendo poucas notícias de um lugar que quase nada acontece. Aqui as coisas também andam paradas aliás, andam até movimentadas mas, para mim, não anda fazendo diferença. No sábado irá acontecer uma festa fantasia, estou realmente com expectativas sobre ela, uma festa nunca foi tão necessária, sem dúvidas. Não ando me sentindo bem mas isso já não é novidade. As coisas acontecem mesmo eu não querendo como a água de um rio que continua correndo mesmo que o inverno seja cruel. Os dias soam cada vez mais tensos e carregados, e me sinto cada vez mais sozinha e perdia, mas isso também não é nenhuma novidade. Vontade de jogar tudo para o alto e sair correndo, mas acho que isso todos temos uma vez ou outra na vida. Não existe almoço no horário certo, mas troquei o gás sozinha! A vontade de telefonar está cada vez mais frequente e cinco vezes por dia não anda sendo suficiente, para quem ligava uma vez a cada três dias né... Tenho planos para visitar-los logo, mas ainda não afirmo nada. Gostaria muito de poder fazê-lo, porém. Mandem notícias, mesmo que nada continue a não acontecer. Só saber que alguém se lembra de mim já me fará um bem tremendo, ainda mais nas condições que me encontro.

Os meus sinceros abraços e votos de saudade

Jôicy

  

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Chega o fim da semana, e com ele, o fim de mim. 

jf


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Codinome dinamite

À muitos e muitos dias que venho abrindo essa página sentindo que tem algo querendo escorrer pelos meus dedos e nada sai. Ficou aqui por horas, dias e hoje, com uma semana resolvi espremer pra ver o que vira. Não ando nada filosófica ou reflexiva, na verdade ultimamente sou a pessoa mais insuportável presente na face terrestre. Estresse, talvez seja isso. Ultimamente não ando querendo nada além de pegar aquele ônibus que atravessa a ponte e me leva pro meu ninho...
Estou fazendo o que posso e talvez isso seja o que mais me sufoca. Coisas médias nunca me fizeram bem. Meias palavras, metade amigos, umas companhias... ou é completo, ou não. Não me contento com um pouquinho, não acho saudável. 
O telefone não me basta mais, o blog me entedia e todas as folhas de sulfite não sorriem mais quando faço cócegas com os lápis de colorir. Nem meus rabiscos, chamados por terceiros de desenhos, andam me suprindo. Eu quero uma pouca dose de tudo, ou quem sabe, estou de saco cheio de tudo. Vontade de morder, gritar, de chorar até dormir. Saco completamente cheio, tão cheio que deixo-o explodir por estas palavras. Peço desculpas desde antes, antes de começar, de acontecer, perdoem-me. Tudo está correndo bem mas nada da maneira que eu planejei. Um pano fora do lugar já é motivo de morte e as horas parecem parar. Só mais vinte e nove dias, vinte e nove. Talvez não seja nada para quem já esperou cento e trinta e três... Tudo soa como falsidade e nem aquela festa pela qual você esperou o ano todo te anima. A vontade de jogar tudo na mala e dar meia volta começa a berrar mas...
Talvez o bom senso seja o maior culpado de tudo, não posso jogar tudo para o alto, o que conquistei até agora e o que ainda está por vir. Ninguém vê o sofrimento que foi e as noites sem dormir por trás das notas acima da média da turma. Parabéns, universidade pública. No edital do vestibular não tinha nada sobre saudades estremas ou uma vírgula se quer sobre todo o sofrimento que era morar sozinha. Falta dinheiro, paciência e carinho, tempo nunca tive. Não, não está bom ou pelo menos não é o suficiente. Eu só queria meia hora por mês pra deitar no chão verde e fresco da área pra deixar minha Luly dormir nas minhas costas ou acordar com a crise de hiperatividade da Luna. Eu só queria acordar um domingo no mês com a mesa cheia de rosquinhas da dona Catharina e ouvir a Júlia gritando da cozinha sobre algo que eu esqueci de fazer. Tio, manda alguém vir me buscar?
Mas é assim que a banda toca e assim que vai continuar sendo enquanto for suportável. Era assim que eu queria, e ainda é assim que eu quero que continue, não exatamente assim, mas se isso é o mais perto que posso chegar paciência. Nunca fui muito conformada com absolutamente nada. 


terça-feira, 4 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Falta isso e todo o resto

Ando sentindo muita falta, de absolutamente tudo. Dos gritos, do calor insuportável, do tédio, da amargura. Da sorveteria cheia de mentes vazias do mercadinho lotado que sempre faltava justamente o que você precisava comprar. O cheiro das roscas que a vovó tirava do forno no sábado a tarde, polvilhadas em canela me perseguem enquanto gasto as únicas horas vagas do dia. A bagunça é constante, e bem mais forte do que eu. Falta companhia, dinheiro e ânimo. Sobra saudade, dor e melancolia. Qualquer coisa que digam ou façam te irrita tanto que você sente vontade de gritar até virar-se do avesso. Qualquer animal na rua irá se parecer com a sua Luly que te esperava chegar do colégio todos os dias deitadinha do lado da porta, e que não desiste de ir até o seu quarto, ainda que saiba que ele está vazio, te procurando. Ando sentindo muita falta das sextas feiras em que era preciso fazer milagres em quarenta minutos e passar mais quase uma hora farreando no ônibus. Eram tardes estupidamente quentes, e cansativas, mas dá uma nostalgia. Não haviam reclamações e meu maior problema era voltar a tempo da fugidinha que dávamos até o centro da cidade para tomar sorvete e não perder o ônibus que nos levaria de volta pra nossa vila. É tão estranho chegar na matriz e ver uma igreja pronta e até mesmo envelhecida e não a construção do milho verde que já dura onze anos. Torna-se massante e sufocante. Peço que me perdoem, mas se eu não puder gritar por aqui, sinto que me morro. E as lembranças todas aqui, são as únicas coisas que eu não sinto falta. Imaginar-se viajando naquele ônibus capenga é a única coisa que te faz bem, e você começa a contar os segundos para que esses dois últimos e mais dolorosos meses passem mais do que depressa, sem saber se vai suportar até lá. Falta muita coisa, tudo isso e mais um pouco.