quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Acontecer

Eu queria saber escrever bem, bonito, compassado. Gostaria de poder fazer sorrir a todo momento, sem intervalos. Ser feliz todos os dias, pelo menos por um pouquinho. Queria abraçar ao menos uma vez por semana alguém que eu goste muito. Eu queria poder estar ao lado de pessoas verdadeiramente importantes todos os momentos da minha vida. Poder matar a saudade sempre que ela aparecesse. Lembrar de todos os aniversários possíveis e ter um horário exclusivo no dia para telefonar a alguém que eu não vejo a algum tempo. Gostaria que a distância existisse apenas para as coisas desagradáveis, e que aumentasse a cada necessidade. Que todos os sonhos, fosse verdade pelo menos por um dia ou que pelo menos fosse mais fáceis de serem concretos. Eu quero tanta coisa e vivo querendo cada vez mais. Adiciono um ou outro desejo por dia, e se consigo realizar algum, duplico os restantes. Tenho um zilhão de motivos e acasos para deixar que a vida siga seu rumo sem muita euforia mas eu prefiro ter escolha, ou pelo menos pensar que a tenho. Pensar que um dia eu poderia fazer tudo o que quero, ou uma pequena quantia disso. E que se eu efetivamente não pudesse, que tornasse outras pessoas capazes. Como é um ser humano que vive? Assim do tipo que apenas se deixa carregar por entre os caminhos da vida seja lá quais forem. Carregando a vida baseado em acordar, dormir e comer. Sem luz ou cor alguma. E agora neste momento, eu quero apenas, que a vida não prive ninguém de vive-la.



sábado, 5 de novembro de 2011

Um

Único, singular. Monotemática, restrita. Não posso e não consigo ir muito além disso e quando a vida se limita a um único meio, não há muito para o que se viver. Existe apenas um nada, que tende a soar como algo. Enganações. Monocromática. Vida em escala de cinza, sem cores, sem vermelho ou verde. Apenas um motivo, é tão pouco. Tudo bem que quem nada tem, um pouco é muito mas, não é suficiente. Mesmice. Não sei falar de outra coisa, escrever sobre outro assunto, não sei sentir diferente, não posso pensar em algo que fuja as regras. O certo e o errado. Vida barroca, e eu não a quero. O que há no escuro? Tanto tempo na escuridão afetaram minhas pupilas.  Dilatadas a procura de luz. E a calma? Paciência? Não as encontro em lugar algum a não ser nos doces versos de Lenine. Um caminho, uma escolha, apenas um motivo, mas que se for pra ser apenas um, que seja o infinito.